Circulando, circulando |
Com o aumento do interesse pelo ciclismo de estrada nas
cidades brasileiras, muitos atletas amadores têm se juntado em grupos para a
prática do esporte.
Com isso, aumenta também a demanda por lugares que possam
receber os ciclistas com segurança.
Dentro dos grandes centros urbanos, vias
que possuem uma boa pavimentação e quilometragem suficiente para um bom treino
são raras e, por vezes, estão interditadas devido a obras de manutenção.
A saída para muitos ciclistas é procurar as rodovias que
ligam as grandes cidades a municípios menores eu seus estados. Esse é o caso da
Rodovia Castelo Branco, principal ligação entre a Região Metropolitana de São
Paulo e o Oeste Paulista. A rodovia possui pista dupla e acostamento que segue
por toda sua extensão, é um local que devido a essas duas condições pode
receber ciclistas amparados pela legislação.
Sobre a lei
Vale fazer um adendo sobre o Código de Trânsito Brasileiro
(CTB), no que legisla a circulação de ciclistas pelas rodovias e estradas.
Segundo o Artigo 58 do CTB, ciclistas podem circular nas vias rurais mesmo que
não haja acostamento. Contudo, o Artigo 60, em seu inciso II, diferencia os
dois tipos de vias rurais, sendo elas pavimentadas (rodovias) e não
pavimentadas (estradas) -a definição das diferentes vias rurais se dá a partir
do Anexo I do CTB-. Mais a frente, em seu Artigo 244, o CTB limita a circulação
de bicicletas em rodovias apenas paras as vias que possuem acostamento e pista
dupla. A partir da leitura dos mencionados artigos do CTB, fica restrita a
circulação de ciclistas as rodovias que não possuem acostamento nem pista
dupla, mas fica livre a circulação dos atletas nas estradas, mesmo que essas não
possuam os dois requisitos exigidos nas rodovias. Nesse caso, os ciclistas
devem pedalar nas bordas das pistas, no mesmo sentido da circulação dos
automóveis, com preferencia sobre os mesmos.
Tendo como base o CTB, agora podemos analisar duas ocorrências
desse final de semana com dois grupos diferentes de pedal, que treinavam em
rodovias distintas. O primeiro caso foi na Rodovia Castelo Branco, que como já
analisada tem a circulação de ciclistas amparada pela lei. Segundo relato do
ciclista Adilson Moralez em seu facebook, a Polícia Rodoviária interrompeu o
treino do seu grupo de pedal alegando que não era permitida a circulação de
ciclistas na rodovia, tampouco de um carro de apoio que fosse conduzido pelo
acostamento. Também segundo o Anexo I do CTB, o acostamento é destinado a
circulação de pedestres e ciclistas quando não houver local apropriado para
esse fim e só deve ser usada por automóveis para sua parada ou estacionamento,
em caso de emergência. Portanto, o carro de apoio não poderia estar circulando
no acostamento, mas os ciclistas podiam estar pedalando no mesmo.
“...Não quero discutir a lei, mas a forma como ela é
interpretada, pois cerca de 3 semanas atrás fomos parados por outra viatura que
nos recomendou andar com escolta desde que o carro trafegue pelo acostamento.
Ou seja, cada policial interpreta de seu jeito. Triste, pois não temos onde
praticar o esporte. Na USP somos assaltados, na marginal atropelados, na
ciclovia limitados com a obra interrompida do VLT. Outro fato é porque dispender
tempo com inofensivos ciclistas enquanto motociclistas e carros esportivos
passavam a pelo menos o dobro do limite permitido. Bem, esse é meu desabafo
pela forma como a lei é interpretada neste país.”, escreve Adilson Moralez.
Assista vídeo da apreensão, clique aqui.
O segundo caso é ainda mais complicado. Aconteceu na Rodovia Mogi-Bertioga, com um grupo de pedal que treinava pela rodovia que não possui acostamento por toda sua extensão. A Polícia Rodoviária interrompeu o treino dos ciclistas e apreendeu todas as bicicletas, alegando que as mesmas só poderiam ser retiradas no pátio d cidade de Cubatão nessa segunda-feira, dia seguinte ao ocorrido. O ciclista Célio Andrade que publicou um vídeo em frente ao posto da Polícia Rodoviária sem as bikes que foram apreendidas, já entrou em contato com o departamento da Polícia Militar e por hora não conseguiu resolver o problema, tão pouco saber se o que os agentes fizeram era legal ou não. Na cidade de Bertioga, em julho de 2014, durante uma campanha de conscientização sobre condução de bicicletas em ciclovias, o então diretor de Trânsito e Transporte do Município estudava a legislação para poder apreender as bicicletas em caso de infração.
Via - Bike é Legal
Com
o aumento do interesse pelo ciclismo de estrada nas cidades
brasileiras, muitos atletas amadores têm se juntado em grupos para a
prática do esporte.
Com isso, aumenta também a demanda por lugares que possam receber os ciclistas com segurança. Dentro dos grandes centros urbanos, vias que possuem uma boa pavimentação e quilometragem suficiente para um bom treino são raras e, por vezes, estão interditadas devido a obras de manutenção.
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