A pista, construída por experts holandeses com madeira de pinho siberiano, não tem inclinação suficiente para permitir a quebra de recordes mundiais e olímpicos |
Com apenas cinco anos de existência, o velódromo
do Rio fecha as portas hoje. A instalação, construída para receber provas de ciclismo e patinação do Pan de 2007, será
descartada porque não serve para os Jogos 2016.
Perde-se,
assim, a única pista do gênero na cidade olímpica.
Projetado por experts holandeses ao custo de R$
14 milhões (valor de 2007), o velódromo recebeu pista de madeira em pinho
siberiano e cobertura, algo inexistente no País - os velódromos de outras
cidades, como Maringá, Curitiba e Caieiras, são de cimento e descobertos. Mas,
com inclinação inadequada, número de assentos insuficientes e colunas de
sustentação que bloqueiam a visão de árbitros e espectadores, o velódromo do
Rio foi vetado pela União Ciclística Internacional (UCI) para a utilização nos
Jogos Olímpicos.
Caberá ao Ministério do Esporte financiar a nova
instalação, que não tem custo oficial, mas estimado em R$ 134 milhões. O
processo de licitação deve ser encerrado até junho e, segundo a Empresa
Olímpica Municipal, o novo velódromo será inaugurado no fim de 2015. Do atual,
serão reaproveitadas estruturas - pista, iluminação e arquibancada - que serão
remontadas em Goiânia.
Para quem nunca teve um local adequado de
treinos, nada disso importa. Ciclistas ligados à Federação do Rio e uma equipe
criada pelo Movimento Livewright (formado por um grupo de empresários) com
patrocínio da Caloi ficaram sem teto. O mesmo ocorreu com atletas da patinação
de velocidade. O velódromo ainda abrigava um centro de treinamento para a
seleção brasileira de ginástica artística, inaugurado em abril pelo Comitê
Olímpico Brasileiro (COB).
Em 13 de agosto, o prefeito do Rio, Eduardo Paes,
disse que a estrutura não seria
descartada. "Não vamos demolir o velódromo. É um simbolismo muito ruim
começar nossa Olimpíada demolindo uma coisa que teve investimento
público." Mas, na semana seguinte ao segundo turno das eleições
municipais, veio a confirmação da demolição.
O Velódromo do Rio fecha as portas na sexta-feira, dia 8 de fevereiro. A instalação não serve para receber as disputas de ciclismo da Olimpíada de 2016 |
"A gente meio que tomou uma rasteira",
diz o técnico Antônio Marcio Domingues Ferreira, que trabalhava na
Caloi/Livewright e diretor do velódromo na Federação do Rio. Criada no ínicio
de 2012, a equipe investiu R$ 3 milhões, contratou 15 ciclistas, comissão
técnica e até um consultor internacional, o inglês Simon Jones, com a garantia
de que o velódromo permaneceria no Rio. Agora, a equipe passa por um processo
de reestruturação.
O COB afirma que não haverá prejuízo à equipe de
ginástica, que terá novo CT no Rio. Por ora, as seleções ficarão divididas. Os
homens treinarão em São Caetano do Sul e em Belo Horizonte, enquanto as
mulheres ficarão em Três Rios (RJ).
Via - Estadão
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