Basta uma olhada no octôgono pra perceber que o
exame antidoping passa longe dalí – apesar de garantirem o contrário.
O que era só uma desconfiança se torna uma
confissão (ou uma ofensa) ao ler a entrevista que o Dr. Márcio Tannure,
médico-chefe do UFC no Brasil, deu ao blog “Na grade do MMA” do UOL (confira), para “explicar” a terapia de
reposição de testosterona, feita pelo lutador Viltor Belfort.
“O UFC permite seu uso para manter o princípio
básico da desportividade, que é dar condições iguais aos competidores. Um
atleta com baixo nível de testosterona não terá o mesmo desempenho de quem tem
níveis normais do hormônio”, explica, acreditem, o Tannure, que acredita que o
“UFC está à frente dos outros esportes ao liberar o TRT”.
O médico defende sua tese dizendo que os atletas
têm “prescrição médica para uso clínico do tratamento”. Tá bom. Assim
como dezenas de ciclistas “sofrem” de bronquite e precisam de vaso-dilatores
prescritos pelos médicos. Mas eles, obviamente, são punidos, afinal, o
coelhinho da páscoa não existe. Aliás, vale lembrar que a menor produção de
testosterona enfrentada por Belfort, por sua causa de sua idade, é aquela que
Lance Armstrong enfrentou por causa do câncer que atingiu seus testículos.
E Lance, mesmo sem jamais ter sido flagrado, foi punido corretamente.
O “princípio básico de desportividade” do UFC é um
pouco difrente daquele dos gregos, onde testar o mais forte e o mais veloz
era o objetivo de qualquer disputa. Em nome do show, o UFC joga pra baixo do
tapete a sujeira encontrada no octôgono, assim como fazem as grandes e bem
sucedidas ligas americanas. Do outro lado, está o ciclismo, “esporte de
dopados”, que pune seus campeões pela simples suspeita, mesmo que não haja
sequer um indício, quanto menos provas.
O UFC é um esporte que está explodindo. Seus
números são absurdos e a legião de seguidores aumenta a cada fim de semana. O
ciclismo é tratado como um esporte em decadência. Patrocinadores estão fugindo
e heróis estão virando vilões.
Só tome cuidado ao escolher quem você chama de “esporte
de dopados”.
Via - Pedaladas
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