Procurador do Estado, José Castilho e sua BICI |
O entrevistado utiliza sua bicicleta para locomoção, e em um interessante bate-papo, José Castilho aponta algumas iniciativas que o Poder Público poderia realizar, trazendo ótimos resultados para a população em geral. Confira o bate-papo e deixem suas opiniões.
Utiliza a bicicleta para locomoção/transporte/passeios?
Uso a bicicleta regularmente, semanalmente, para exercício físico e para o lazer e, eventualmente, para o transporte. Neste caso, dou preferência para a bike elétrica Ecostart (fabricada em Leme – SP) que comprei faz pouco tempo. Acredito que a bike elétrica será uma revolução nos meios de transporte.
Em sua opinião, porque no transito o ciclista não tem seu espaço?
O ciclista não tem espaço na via pública porque em regra elas são estreitas demais, permite-se o estacionamento de veículos nos dois lados da pista e, sobretudo, falta educação para o trânsito. As duas primeiras razões implicam responsabilidade da Prefeitura e a última de todos os cidadãos.
O ciclista não tem espaço na via pública porque em regra elas são estreitas demais, permite-se o estacionamento de veículos nos dois lados da pista e, sobretudo, falta educação para o trânsito. As duas primeiras razões implicam responsabilidade da Prefeitura e a última de todos os cidadãos.
Ciclistas x Trânsito |
Em seu ponto de vista quais iniciativas podem ser aplicadas pelo poder público?
É fundamental a criação de infraestrutura para o ciclismo como sinalização, ciclofaixas (nem falo em ciclovias em Prudente, onde existe apenas uma), calçadas compartilhadas e, mais importante que isso, paraciclos e bicicletários para guardar as bikes. Ademais, os bicicletários tornam possível a articulação de modais como, por exemplo: o trabalhador vem de Martinópolis de ônibus, pega a bike na rodoviária e dirige-se ao seu emprego, fazendo depois o caminho inverso. Utiliza então dois modais: para grandes distâncias o ônibus, para pequenas distâncias a bike.
É fundamental a criação de infraestrutura para o ciclismo como sinalização, ciclofaixas (nem falo em ciclovias em Prudente, onde existe apenas uma), calçadas compartilhadas e, mais importante que isso, paraciclos e bicicletários para guardar as bikes. Ademais, os bicicletários tornam possível a articulação de modais como, por exemplo: o trabalhador vem de Martinópolis de ônibus, pega a bike na rodoviária e dirige-se ao seu emprego, fazendo depois o caminho inverso. Utiliza então dois modais: para grandes distâncias o ônibus, para pequenas distâncias a bike.
Paraciclos / Bicicletários |
Seria possivel o poder publico planejar e aplicar ações para melhorar e auxiliar a bicicleta como meio de transporte?
O Poder Público pode e deve fomentar o transporte sustentável que é fornecido pelo veículo de propulsão humana. O modelo da cidade do automóvel (“rubber city”) está esgotado por completo. O Poder Público deveria investir pesadamente no transporte coletivo e, paulatinamente, admitir apenas o transporte individual que não tomasse espaço na via pública. Pode-se prever que o automóvel – poluidor em larga escada e por diversas formas (do ar, do solo) -, ao longo do tempo, deverá ser banido do espaço urbano: o rodízio de veículos é apenas o começo.
Qual a importancia e os impactos futuros que o Sr. observa dos Planos Cicloviarios e de Mobilidade Urbana que algumas cidades/estados estão desenvolvendo como uma forma de planejar a cidade para usos multiplos?
Está em discussão, presentemente, no Estado do Rio de Janeiro um Plano de Transporte Não Motorizado que pode ser um passo significativo para superação do modelo rodoviarista. Será uma lei estadual que agora está em fase de consulta pública. Ele prevê a criação de centenas de quilômetros de ciclovias nas cidades do Rio (por exemplo, a ligação Zona Norte-Centro na capital), fazendo da bicicleta um meio de transporte efetivo de parcela considerável da população. Acredito que a novidade das bikes elétricas, que já são bastante comuns no Rio, contribuirá para difusão desse veículo. Em Presidente Prudente, porém, há apenas duas bikes elétricas em circulação, segundo informação de um especialista.
O Poder Público pode e deve fomentar o transporte sustentável que é fornecido pelo veículo de propulsão humana. O modelo da cidade do automóvel (“rubber city”) está esgotado por completo. O Poder Público deveria investir pesadamente no transporte coletivo e, paulatinamente, admitir apenas o transporte individual que não tomasse espaço na via pública. Pode-se prever que o automóvel – poluidor em larga escada e por diversas formas (do ar, do solo) -, ao longo do tempo, deverá ser banido do espaço urbano: o rodízio de veículos é apenas o começo.
Qual a importancia e os impactos futuros que o Sr. observa dos Planos Cicloviarios e de Mobilidade Urbana que algumas cidades/estados estão desenvolvendo como uma forma de planejar a cidade para usos multiplos?
Está em discussão, presentemente, no Estado do Rio de Janeiro um Plano de Transporte Não Motorizado que pode ser um passo significativo para superação do modelo rodoviarista. Será uma lei estadual que agora está em fase de consulta pública. Ele prevê a criação de centenas de quilômetros de ciclovias nas cidades do Rio (por exemplo, a ligação Zona Norte-Centro na capital), fazendo da bicicleta um meio de transporte efetivo de parcela considerável da população. Acredito que a novidade das bikes elétricas, que já são bastante comuns no Rio, contribuirá para difusão desse veículo. Em Presidente Prudente, porém, há apenas duas bikes elétricas em circulação, segundo informação de um especialista.
modelos de paraciclos/bicicletários - criado por David Byrne, ex-Talkin Heads (livro: Diários de Bicicletas) |
boa Dema.Infelizmente a bike nao faz parte da cultura brasileira, portanto acho q a educaçao, principalmente de nossas crianças sobre o tema é fundamental. abraço e vamos pedalar.
ResponderExcluirParabéns pelo conteúdo do bate-papo, Dema. É isso aí! Não é preciso inventar a roda para solucionarmos uma parte considerável dos problemas realcionados à mobilidade urbana. Transportes coletivos mais eficientes e o uso de meios de modais de transporte à tração humana, como a bicicleta, resolveria grande parte desses problemas, dos problemas relacionados à poluição do ar e solo (como citado pelo professor) e outros problemas oriundos do uso excessivo do automóvel. No entanto, qual seria o interesse dos nossos governantes em reduzir o número de automóveis, sendo que isso acerretaria uma redução considerável de arrecadação de impostos que não são reinvestidos em nada que seja notável??? Outro ponto importante é quanto à cultura dos cidadãos..processo lento, difícil, porém possível. Podemos começar desde já, se ainda não começamos. Abraço.
ResponderExcluirMoa/Higor;
ResponderExcluirvamos continuar fazendo a nossa parte!
PEDALE SEMPRE!
ótima a entrevista com o procurador Castilho.
ResponderExcluircomo ele já foi meu professor na Unesp, posso destacar que aprendi muitas diretrizes sobre planejamento. E acredito que o futuro ( como disse o Moacir esta relacionado com a educação das pessoas) apesar que temos por traz do automóvel uma grande ¨industria¨ com varias influências( políticas, econômicas, pois vivemos em um país que da estatus á aquela pessoa que adquiri um automóvel zero km,e essa industia vai fazer de tudo para proteger os seus interesses . Mas estamos no caminho certo pois é através do debate e de trocas de idéias que talvez consigamos mudar a mentalidade das pessoas e assim em um futuro possamos melhorar a vida das nossas proximas gerações
Gostei muito de sua entrevista com o Professor e Procurador do Estado, José Roberto Fernandes Castilho. Gostaia se possível, compartilhar uma parte dessa entrevista na página do Bike Pesquisa e dar um maior alcance referente ao assunto em questão, por ser de grande valia para nós formadores de opinião. Sugiro que visite nossa página em:http://www.bikepesquisa.xpg.com.br ou pelo e-mail: bikepesquisa@live.com
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