Cicloturismo- Bate-papo

Uma maneira saudável e econômica de viajar, utilizando a nossa amiga BICI o cicloturismo, é uma experiência mágica, fascinante de conhecer lugares, pessoas que ficam na memória. Pois para conhecer lugares é preciso viajar, mas não pela TV ou livros mas por sí só.

Para falar um pouco mais de cicloturismo convidamos o cicloturista, Antonio Carlos Pereira (45) mais conhecido como Pereira, este bombeiro e educador físico de Pres.Prudente/SP em um bate-papo com o blog conta como começou sua paixão pela BICI, as dificuldades enfrentadas durante o pedal, lugares que já conheceu e algumas dicas para quem pretende em cair na estrada com a BICI, é claro.

• Há quanto tempo pedala?
Desde moleque, com uns 10 anos. Tudo começou com uma "barrosa" (uma saudosa monark, Barra Circular) que nem alcançava sentar no selim ainda! hehe...mas retomei de verdade em 2004.
Após sofrer uma queda escalando rocha, o fisioterapeuta na época recomendou pedalar.
Na época tinha uma bike de passeio e, conforme a lesão foi melhorando, comecei a fazer pequenas trilhas com ela.

• Que bike utiliza para viagens?
Comecei com rígidas, mesmo nas viagens mais longas, mas atualmente por achar mais confortável, uso uma Full Sundown FS2, com suspa de 100mm.

girando o pedivela em 1975

• Qual foi sua primeira cicloviagem e como foi?
Foi em 2004, de Presidente Prudente (passando por Pres. Epitácio) a Panorama, a qual batizei de I- Volta Panorâmica de MTB. Foram 307 KMs em 2 dias. Foi o teste de resistência como preparativo para o Caminho da Fé que fiz solo no mesmo ano.

• Quais viagens já realizou?
- Prudente x Panorama/2004 - 307K;
- Caminho da Fé/2004 - 430K;
- Prudente x Maringá/2004 - 175K;
- Prudente x Adamantina/2004 e 2005 - 190K;
- Serra da Canastra/2005 - 110K;
- Caminho da Fé/2005 - 430K;
- Prudente x Terra Rica/2008 - 210K;
- Estrada Real(Ouro Preto x Paraty)/2009 - 700K;
- Castelo Branco x Rota Márcia Prado/2010 - 512K;
- Estrada Real(Caminho dos Diamantes- Diamantina x Ouro Preto)/2010 - 420K.

Flávio, Carlos  e Pereira - Expedição Diamantes/2010

• Qual momento mais dificil teve que encarar?

Na verdade acho que nunca tive nenhum momento classificado como pior. Me lembro de um perrengue que passei no primeiro Caminho da Fé, onde tive que arrastar a bike com carga num subidão no meio de um canavial por causa do barro vermelho que grudava e não permitia que o pneu girasse, pois travava tudo. E outro no Caminho dos Diamantes em 2010, após tomar uma água suspeita no meio de um trecho um tanto deserto o que rendeu uma bela diarréia no dia seguinte, o que me fez pedalar o dia todo de perna mole.

  

• E o melhor?

Chegar ao Santuário de Aparecida a primeira vez e nadar na nascente do Rio São Francisco(Canastra), não sei se foram os melhores, mas com certeza foram momentos inesquecíveis!

caminho da fé 2004

"toda vez que viajava pela estrada ..."

• Para quem pretende viajar utilizando a bike, dê algumas dicas?

Andar sempre equipado: capacete, luva, roupas leves e adequadas é fundamental; saber efetuar manutenção básica e pequenos reparos de emergência na bike; estar com a bike sempre revisada e em boas condições de uso; hidratar-se, alimentar-se, alongar e repousar corretamente; estar sempre atento às limitações do próprio corpo; tomar cuidado com a autoconfiança.

Itens que não podem faltar na bag: protetor solar e purificador de água. E numa emergência de desidratação, um sorinho caseiro (uma pitada de sal, duas de açucar e um copo de água) quebra um galhão!

Se tiver que transportar a bike em ônibus, sempre a proteja com plástico bolha, ou papelão(são descartáveis e recicláveis)e, além de proteger sua bike, também evita que partes dela com graxa ou óleo suje bagagens de outros passageiros e isso evitará dissabores. O uso do bom senso com o motorista na hora do embarque também é fundamental. Lembre-se que que cada passageiro tem direito de levar até 25 Kg de bagagem... e sua bike também é bagagem! Por outro lado a empresa também pode negar, porque não existe Lei que garanta esse direito ao ciclista - resultado: "Tem que rolar um bom chaveco". Porisso o bom senso entre ambas as partes é imprescindível. Imagine 10 ciclistas embarcando 10 bikes num mesmo ônibus...o espaço que elas iriam ocupar! Portanto uma boa chavecada no motorista sempre ajuda nessas horas! Do resto é só curtir a viagem e fazer o pedevela girar! Pedale com consciência e seja feliz!

rumo ao litoral/2010