Segundo um dos ciclistas presentes, GCM prenderia quem fizesse barulho em frente à casa do prefeito. |
No dia 23 de fevereiro, sábado, ciclistas de Taboão da Serra (SP) tentaram fazer um protesto pela recente retirada da ciclovia, mas foram ameaçados de prisão caso se manifestassem.
O protesto ocorreria em frente à casa do Prefeito de Taboão da Serra, Fernando Fernandes (PSDB).Segundo informação postada pelo ciclista Luiz Henrique Amaral, a ameaça teria partido do Secretário de Segurança e Defesa Social, Gerson Pereira Brito, que estava presente no local junto com o comandante da Guarda Municipal e vários agentes. “Ninguém podia falar nada em frente à casa do prefeito de Taboão que seria preso, nos informou o secretário de segurança da cidade”, relata Luiz.
O comandante da GCM, Luiz Leonel Vieira (esq.), e o Secretário de Segurança, Gerson Pereira Brito, estiveram no local para impedir a manifestação. |
Ainda segundo o ciclista, o Secretário teria afirmado que “a população de Taboão da Serra está aplaudindo” a retirada da ciclovia.
A página da Secretaria no site da Prefeitura esclarece que a função da GCM é “proteger o patrimônio, bens e instalações públicas”, além de manter a segurança de escolas, Unidades Básicas de Saúde e “zelar, sobretudo pela segurança da população”.
Além de não terem sido ouvidos, ciclistas foram calados. E a prefeitura não vê o problema. |
Quatro dias antes da manifestação, em seu discurso de posse, o comandante da GCM frisou que trabalhará a serviço da população e que “os moradores deste município (…) terão a melhor Guarda Municipal da região”.
Entenda o caso
Em fevereiro, a Prefeitura de Taboão da Serra desativou uma ciclovia que cruza bairros importantes da cidade e serve como alternativa à perigosa rodovia Régis Bittencourt. O Vá de Bike tentou contato por vários dias com a Prefeitura da cidade para obter um posicionamento, mas tivemos nossos e-mails ignorados. Não conseguimos contato telefônico.
Segundo o site Via Trolebus, a justificativa para a retirada foi que a ciclovia termina na Av. Eliseu de Almeida, em São Paulo, onde não há ciclovia, portanto não haveria necessidade de uma ciclovia em Taboão também. O atual Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Rinaldo Tacola Filho, afirmou ao Taboão em Foco que a ciclovia “era pouco utilizada e o município precisa de mais espaços para circulação de veículos”.
Já o prefeito, Fernando Fernandes, justificou a desativação como uma forma de “melhorar o fluxo dos carros na cidade” e, para solucionar a questão, propôs a criação de uma ciclofaixa de lazer aos domingos, demonstrando que não considera a bicicleta um meio de transporte.
Para o prefeito de Taboão da Serra, a pressa dos motoristas é mais importante que a vida de quem utiliza a bicicleta. Se o custo para as pessoas chegarem mais rápido de carro é o risco de morte para quem usa a bicicleta, tudo bem. É um preço que o prefeito aceita pagar. Afinal, ele só anda de carro (e pelo jeito não dirige muito bem).
Histórico
Em 2008, a ciclovia foi anunciada no site da Prefeitura com a justificativa de acidentes frequentes. “A ciclovia é muito importante, pois democratiza os meios de locomoção, ajuda o trânsito, além de colocarmos o debate para a sociedade sobre o meio ambiente”, afirmou à época João Piza, assessor técnico da Secretaria de Habitação. O custo da obra chegou próximo aos R$ 600 mil, investimento que agora é jogado fora.
Entenda o caso
Em fevereiro, a Prefeitura de Taboão da Serra desativou uma ciclovia que cruza bairros importantes da cidade e serve como alternativa à perigosa rodovia Régis Bittencourt. O Vá de Bike tentou contato por vários dias com a Prefeitura da cidade para obter um posicionamento, mas tivemos nossos e-mails ignorados. Não conseguimos contato telefônico.
Segundo o site Via Trolebus, a justificativa para a retirada foi que a ciclovia termina na Av. Eliseu de Almeida, em São Paulo, onde não há ciclovia, portanto não haveria necessidade de uma ciclovia em Taboão também. O atual Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Rinaldo Tacola Filho, afirmou ao Taboão em Foco que a ciclovia “era pouco utilizada e o município precisa de mais espaços para circulação de veículos”.
Já o prefeito, Fernando Fernandes, justificou a desativação como uma forma de “melhorar o fluxo dos carros na cidade” e, para solucionar a questão, propôs a criação de uma ciclofaixa de lazer aos domingos, demonstrando que não considera a bicicleta um meio de transporte.
Para o prefeito de Taboão da Serra, a pressa dos motoristas é mais importante que a vida de quem utiliza a bicicleta. Se o custo para as pessoas chegarem mais rápido de carro é o risco de morte para quem usa a bicicleta, tudo bem. É um preço que o prefeito aceita pagar. Afinal, ele só anda de carro (e pelo jeito não dirige muito bem).
Histórico
Em 2008, a ciclovia foi anunciada no site da Prefeitura com a justificativa de acidentes frequentes. “A ciclovia é muito importante, pois democratiza os meios de locomoção, ajuda o trânsito, além de colocarmos o debate para a sociedade sobre o meio ambiente”, afirmou à época João Piza, assessor técnico da Secretaria de Habitação. O custo da obra chegou próximo aos R$ 600 mil, investimento que agora é jogado fora.
Em alguns pontos, a pintura vermelha já havia sumido totalmente. |
Em 2010, moradores e principalmente comerciantes já questionavam a ciclovia, por reservar uma das faixas à circulação segura de bicicletas, anteriormente utilizada como área de estacionamento. Como é comum em implantações de ciclofaixas, quem não pôde mais usar o espaço público como estacionamento particular começou a reclamar, desconsiderando que o viário é da cidade, não do morador ou comerciante, e destinado primariamente à circulação, não ao estacionamento.
Na época, foi feita uma avaliação da ciclovia pelo então diretor do Instituto CicloBR, André Pasqualini, apontando que o traçado era adequado mas a sinalização precisava ser melhorada, entre outros pontos. O então Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Claudinei Pereira, defendeu a ciclovia, afirmando que no município “as pessoas andam mais de bicicleta do que de táxi” e por isso não poderia pensar de forma diferente. Mas as melhorias na sinalização nunca vieram.
A ciclovia ficou sem manutenção todos esses anos, o que causou sua deterioração. A falta de fiscalização tornava comum seu uso para estacionamento de automóveis. O atual Secretário de Transportes, Rinaldo Tacola, usou a falta de manutenção como um dos argumentos para justificar a retirada da ciclovia, pois o custo para reverter a deterioração da ciclovia seria alto.
Pelo jeito, as vidas dos cidadãos que usam a bicicleta não justificam esse investimento. Que criem (ou ganhem) asas.
Na época, foi feita uma avaliação da ciclovia pelo então diretor do Instituto CicloBR, André Pasqualini, apontando que o traçado era adequado mas a sinalização precisava ser melhorada, entre outros pontos. O então Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Claudinei Pereira, defendeu a ciclovia, afirmando que no município “as pessoas andam mais de bicicleta do que de táxi” e por isso não poderia pensar de forma diferente. Mas as melhorias na sinalização nunca vieram.
A ciclovia ficou sem manutenção todos esses anos, o que causou sua deterioração. A falta de fiscalização tornava comum seu uso para estacionamento de automóveis. O atual Secretário de Transportes, Rinaldo Tacola, usou a falta de manutenção como um dos argumentos para justificar a retirada da ciclovia, pois o custo para reverter a deterioração da ciclovia seria alto.
Pelo jeito, as vidas dos cidadãos que usam a bicicleta não justificam esse investimento. Que criem (ou ganhem) asas.
Via - Vá de Bike
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